Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

Arquivo do blog

domingo, 14 de março de 2010

Meus deuses tinham pés de barro

Descubro com irritação e enorme prazer que ainda tenho capacidade para me indignar, me frustrar, decepcionar e rever conceitos e valores. Ter deixado os rincões amazônicos e vir me aventurar nesta parte do País considerada de Primeiro Mundo, tem me permitido tudo isso: reavaliar, surpreender, experimentar, conhecer, saborear e também me decepcionar.
Quando morava na “baixa da Conselheiro”, àquela época sem asfalto, meu mundo se resumia ao Grupo Escolar Professor Paulo Maranhão onde conheci, também menino, o Orly Bezerra e suas irmãs. Quando muito sonhava em ir “lá embaixo” com a minha avó, a elegante D. Alzira tomar caldo de cana no Jangadeiro e passar pra comprar bombons na 4-e-4.
Aos poucos o universo se abriu e cheguei à Almirante Barroso, mais precisamente ao Colégio Souza Franco, depois ao sonho quase impossível: à UFPA, A Província do Pará e em 1983 à Embrapa onde vislumbrei um mundo além de Belém, do Pará, do Brasil.
Paralelamente às viagens reais viajei muito através dos livros. Cada autor parecia um velho amigo, sonhava com os personagens dos romances ou imaginava serem pessoas superdotadas, muito especiais, quase superheróis, aqueles que me alfabetizavam em Comunicação, afinal jornalismo àquela época era romântico, intenso, visceral, mas nada tinha de acadêmico.
Durante décadas me deliciei e aprendi com os que se aventuraram a escolher essa área, a se dedicar a ela e hoje tenho o privilégio de conviver com alguns. , porém, em alguns casos, uma mistura de emoção e decepção. Em alguns casos mal consigo identificar quaisquer semelhanças entre os meus ídolos que aprendi a admirar e respeitar e as pessoas impacientes, presunçosas, intolerantes que parecem ignorar os preceitos básicos do ato de “tornar comum” ignorando completamente aquilo que pregam teoricamente com tanta ênfase. Têm dificuldade de argumentar, de aceitar o diferente, de com conviver com as diversidades.
Dói muito constatar que meus deuses tinham pés de barros e que a teoria, quando se distancia da prática, do real, tem muito pouco a acrescentar àqueles que de fato constroem a história.

Nenhum comentário: