Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

ESTÁGIO PARA APOSENTADA

Pela primeira vez na vida estou assistindo quase diariamente o Bom Dia Brasil ainda na cama. À exceção dos momentos em que fiquei de cama por determinação médica, acordar antes das 6 sempre fez parte do meu ritual diário.
De repente vejo-me estagiando para aposentada.
Sem traumas, sem muita neura, mas tentando me adaptar ao dia mais longo, ao tempo mais elástico para andar de ônibus, cuidar do jardim e de uma pequena horta ou simplesmente arrumar a cama ou passar cremes no corpo com uma concentração científica que não sabia que existia. Um é protetor solar para o rosto; outro clareia os cotovelos; o seguinte evita as rugas em torno dos olhos tem ainda o hidratante que ajuda a manter a umidade da pele.
O estágio começou quando percebi que não conseguiria continuar insistindo em trabalhar na Embrapa Instrumentação Agropecuária. Mais da metade da minha vida eu estive envolvida com a Embrapa. Muitos momentos de êxtase, satisfação plena, prazer intenso, realização profissional incomparável. Alguns poucos de decepção, frustração, raiva, mas todos passageiros.
Uma Embrapa que me mostrou um mundo de produtores, de amazônidas ávidos por uma semente melhorada, uma poda mais eficiente, um controle mais eficaz de combate a suas pragas e doenças.
Ela entrou na minha vida por simples coincidência e puro interesse salarial. Estava na assessoria de imprensa da Prefeitura de Belém e o amigão Raimundo José Pinto me ofereceu a vaga de revisora gramatical. Meus quatro semestres no curso de Letras foram decisivos.
Um universo totalmente desconhecido me desafiava. Sou urbana nata. Nasci em Belém, na avenida Conselheiro Furtado ao lado da Igreja dos Capuchinhos, depois morei vários anos no Rio de Janeiro e ao retornar pra Belém, passei um tempinho na 14 de março e de novo voltei para Conselheiro até tomar um rumo de pular de apartamento pra apartamento com ou sem a Sula (a amiga com que dividia as despesas da independência).
Nada me era familiar naquele ambiente rural. Os nomes técnicos me assustavam e me deixavam insegura. Taxi-branco (tinha vontade de acentuar sempre e passar para táxi como aprendera), o científicos que universalmente denominam a castanha-do-brasil (Berthollethia excelsa) ou o búfalo (Bubalus bubalis). E detalhe: o primeiro sempre começando com maiúscula e o segundo em minúscula. Passei alguns anos lendo e relendo os textos que depois se transformariam em publicações como Pesquisa em Andamento, Circular Técnica, Boletim de Pesquisa. Alguns li dez,15 vezes. Era a época da máquina datilográfica. Errar uma linha significava datilografar tudo de novo e ler mais uma vez, mesmo com os milagres que a Bartira Franco Aires fazia de conseguir colar um a no lugar de um o e ninguém perceber.
Com a saída voluntária do Raimundo José, por volta de 1990, que optou por voltas às redações, assumi então a assessoria de imprensa.
Assessoria de imprensa em um centro de pesquisa em Belém do Pará !!! Aí merece parar pra começar amanhã (ou outro dia) a Parte II !!

Um comentário:

Dulcivania Freitas disse...

Nossa, me identifiquei um bocado com seu começo, sua impressões, seu aprendizado..eheehe...aguardo a parte II ansiosa.
bjss