Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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domingo, 28 de outubro de 2007

Minha religiosidade

Eu sempre fui católica. Minha família assim decidiu. Recebi como segundo nome Fátima, em homenagem à Nossa Senhora de Fátima, já que nasci no mês de maio. Fui batizada, crismada, fiz primeira comunhão e já adolescente participei de encontros religiosos, fui da Cruzada e Movimento Jovem da Paróquia dos Capuchinhos. Casei na Igreja (na pequena capela da ilha de Mosqueiro), mas muitos procedimentos arcaicos e incompatíveis com o mundo atual, me afastaram da Igreja. Não de Deus, Jesus Cristo, dos santos que sou devota ou das orações. Sobretudo as de agradecimento.
Sim, minha religiosidade é real e presente, mas hoje, em função dessa prova, está latente.
Sinto necessidade de conversar com outros seres, além do humanos. Os que estão acima de mim. Que possam interceder pela minha cura. Converso mais do que rezo aquelas orações tradicionais. Falo de meus medos, rogo que me proteja para não sofrer e para os que me amam também não sofram demais.
Há muito não ia a uma Missa pelo simples prazer de ficar naquele ambiente carregado de energia. Fui hoje pela manhã na Basílica Santuário de Nazaré. Uma cerimônia que durou cerca de 1:30h. Cheia de cânticos, louvores, lágrimas e muita fé. Novamente conversei com a pequena imagem. Nem mesmo o templo lotado foi impeditivo.
Pedi por todos que sofrem, pelos que ainda não aceitaram suas enfermidades, os que estão hospitalizados e principalmente pelos que têm menos sorte do que eu. Sim, independente da doença, tenho muita sorte. Sorte de ter um plano de saúde, de ter descoberto o câncer em um estágio tão inicial, de estar pesquisando um órgão como o fígado, de ter amigos, marido, filhos, mãe, irmãos, sobrinhos, alunos, colegas... todos juntos na torcida.
Sorte por ter informação e poder assim entender o que acontece comigo. Compreender a extensão do meu drama. Nem maior nem menor do que o dos outros, apenas diferente porque é meu.
Agradeci mais do que pedi. Peço apenas muita força para não me desesperar, para não fraquejar e muita disposição para ir em frente.
Pedi, com toda a fé que possuo, que Nossa Senhora de Nazaré, como mãe que foi de Jesus, proteja também meus filhos. Eles, sim, são o que mais eu quero preservar, evitar que sofram.
Saí serena da Basílica.
Depois, o almoço em família que contou com a presença até da tia Jorgete, o falatório, as novidades, Thomaz e Leonardo brincando, caindo, derrubando suco. Hora da bagunça.
Aí não dá para pensar em nada mais...
Que bom !!

Um comentário:

Gabbay disse...

Oi Ruth!

Adorei esse texto de hoje! É muito rico uma pessoa enxergar sorte diante de uma situação difícil. A tendência é se colocar como o maior azarão da Terra, quando na verdade é um momento de se perceber como igual, e é isso que eu vejo nas tuas palavras e que inspira agente a refletir também...

Abração,