Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

Arquivo do blog

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Meu trem fantasma

Acabo de chegar de mais um exame. Nomes complicados, desconhecidos, mundo a ser desvendado. Sinto-me a cada nova exploração de minhas entranhas como se estivesse em um trem fantasma. Desses que encontramos nos parques de diversão.
Uma cadeirinha aparentemente segura e de repente a escuridão e logo em seguida uma caveira que ri da sua falta de sorte. Medo.
Mais adiante a claridade. Otimismo, renovação, esperança. Mas as trevas retornam, a velocidade aumenta e uma bruxa com um caldeirão quase cai em meu colo. De novo risos histéricos de sadismo.
Mais fantasmas, monstros, mula sem cabeça e entre eles, a luz, que vai e volta. Minutos de paz.
Meu trem fantasma particular oscila entre médicos, exames, exames e médicos.
Mais sangue, mais equipamentos sofisticados, mais medo, mais esperança, mais monstros, mais serenidade.
O fígado agora é o da vez. É ele quem preocupa, quem me conduz na escuridão das surpresas. Silencioso e combalido. Pede atenção, me assusta, dá risadas histéricas.
Mais exames, mais dúvidas e a angústia do diagnóstico final.
Ainda estou no trem fantasma. Procuro não fechar os olhos e de frente encarar as bruxas, as caveiras, os monstros, as mulas sem cabeça e esperar, pacientemente, pelo fim da viagem.
Ahh ...como desejo sorrir de alívio. Como aquela criança ainda amedrontada que saiu do Trem Fantasma do arraial de Nazaré.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Ruth, tenho lido teu blog e cada vez fico emocionada, pelas situações que tu narras, mas mais ainda pela tua força. Embora ainda não tivesse te escrito (fiquei um pouco perdida), lembro de ti todos os dias e do fundo do coração rezo (do meu jeito) para que estejas sempre forte para passar pelas situações em paz, resistir e florescer. Não importa que venha chuva ou tempestade (como essa que deu ontem aqui em Boa Vista e saiu alagando tudo). Foi uma chuva de verão. E mesmo que não fosse. Sempre passa. E pode passar a cada dia, quando você consegue abordar os fatos, como você faz, com fé, coragem e otimismo. E aquela chuva bravia, deixa um frescor, um sentimento renovado.
Não te assuste com os fantasmas.

No meu calendário de mesa hoje tem uma mensagem assim "O corpo humano é dotado de força curativa" .

Mana, que cada vez mais você possa reconhecer a força curativa e criativa de Deus dentro de si, e com a mente repleta de alegria e vivacidade, que essa força se manifeste intensamente e promova a cura.
Um cheiro e abração bem apertado !
Síglia Regina - Boa Vista (RR)

Ruth Rendeiro disse...

Que bom Siglia que você lê. Ele não tem pretensão nenhuma, a não ser dividir com os amigos o que vivo, falando com a voz do coração.
Obrigada pela força, pelo carinho.
Beijão,