Enquanto os resultados dos exames não chegam e as novas consultas não acontecem, sobra tempo para (re)pensar, (re)ver, re(arrumar), (re)estruturar, (re)nascer... E eu nunca tive muito tempo pra isso. Ócio é coisa rara na minha vida. Mas hoje vejo como é imprescindível esse tempo. O impacto da informação foi intensamente ruminado e já digerido, a perspectiva do tratamento é real e as dúvidas, sei agora, serão eternas. Mas como não tê-las sempre e diante de tudo ? Nascer é duvidar do dia seguinte, mesmo quando não se tem consciência disso. Uma incerteza constante repleta de bons e maus momentos. Felizmente meu saldo é altamente positivo. Sempre bons à frente e de goleada.
Agora tenho tempo para mim, para meus medos e angústias, para escrever não só profissionalmente.
Para (re)aprender !
Estou aprendendo e reaprendendo muito. Até a rezar, conversar com Deus, com Nossa Senhora de Nazaré com intimidade sem a formalidade das orações convencionais. Rezar para ser ouvida.
Estou reaprendendo a não correr, a caminhar em passos firmes, mas lentos e a ser mais paciente. Minha ansiedade, em parte controlada com o Zoloft, tem me permitido até não surtar diante da cirurgia que não acontece, os diagnósticos que não fecham, os exames que não acabam nunca. Uns em jejum, outros com uma hora após o almoço, outros que saem daqui daqui a uma hora, outros daqui a uma semana. Aflição que oprime.
Reaprendi a ver a minha casa como um lugar que não serve apenas para eu dormir e fazer algumas refeições. A esperar os filhos, mesmo que seja para ganhar um beijo rápido entre uma saída e outra. A ler livros por deleite e não para resenhá-los ou para dar aula mais adiante.
Sim, estou reaprendendo a conviver comigo.
Trabalhando mais lentamente, na medida do possível, por necessidade e por prazer, sem pressa demasiada. Dando-me o tempo que necessito para prosseguir encarando o que ainda está por vir e, acima de tudo, reaprendendo a enfrentar cada etapa com ou sem susto, com ou sem medo. Mas sempre confiante !
Quem sou eu
- Ruth Rendeiro
- Belém/Ribeirão Preto, Brazil
- Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte
Aos que me visitam
Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.
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