Acabo de chegar de Belém. Foram dez dias intensos. Muitos encontros, algum trabalho, muitos abraços e a constatação de que pouco mudou desde que deixei a terrinha há mais de dois anos. Entre tudo o que mais me impressionou foi ver a cena que marcou o apoio do DR.ALMIR à candidata ao Governo do Pará, Ana Júlia Carepa.
Sempre simpatizei com o PT. Nada de carteirinha ou voto de cabresto. Votei no Lula todas as vezes em que foi candidato, no Edmilson Rodrigues, Paulo Rocha... Mas sempre tive um carinho além-política por aquele que alguns da minha geração aprendemos a chamar de DR.ALMIR.
A primeira vez que ouvi falar dele deveria ter 12,13 anos. Foi o médico ousado que encarou uma cirurgia delicadíssima no esôfago de minha tia, quando ninguém queria realizá-la. São mais de 40 anos e ela está aí pra contar a história. Todos o elogiavam pela competência como cirurgião torácico no Hospital Barros Barreto.
Anos mais tarde ele ingressa na política como Secretário de Saúde Pública do Estado do Pará.
No final da década de 70 fui levada pelas mãos do jornalista (e meu primeiro chefe) Rubens Silva para a então Assessoria Especial da Prefeitura Municipal de Belém. Época da histórica rixa entre Alacid Nunes e Jarbas Passarinho. Cheguei na gestão de Felipe Santana, um militar da Aeronáutica (Brigadeiro, eu creio) em seguida substituído por Loriwal Reis de Magalhães, da Cosanpa. Depois veio Said Xerfan. Emanoel Ó de Almeida, à época presidente da Câmara Municipal, ficou interinamente até a posse de Almir Gabriel. Trabalhei pouco tempo com ele. Recebi o convite para ser revisora gramatical da Embrapa Amazônia Oriental e ele me incentivou a ir. Disse-me que ali teria mais futuro e fui. Mas nunca o perdi de vista.
Inquestionável o que fez por Belém. Irrepreensível sua liderança mesmo que na equipe estivessem profissionais renomados e que potencialmente poderiam não segui-lo. Forte, enérgico, sério, dedicado e muito inteligente. Este é o DR. ALMIR que ainda habitava no meu imaginário. Obviamente acompanhei as mudanças, a morte dos sem-terra em Eldorado dos carajás, a eleição de Simão Jatene, a ruptura, A sua ida para o Estado de São Paulo etc etc...
O que me surpreende e me choca neste momento é a mudança radical em nome do ódio ou da dificuldade em assimilar mudanças, recuar e abrir espaços para os que acabam de chegar. Nada justifica essa a aproximação de pessoas que até bem pouco tempo se tratavam de assassinos pra cima, que se ofenderam e que levaram muitos dos seus seguidores fiéis a se declararem inimigos mortais. Muitas relações, em nome dessa hoje aparente divergência política, foram rompidas. Como ficam os que sempre idolatraram o DR.ALMIR ? Do dia pra noite ele deixa de ser o líder, o comandante pra se tornar um “velho caduco” ? A coisa funciona assim ?
Mais do que o gesto dele me agride as mudanças de sentimentos. As de palanques já estamos acostumados a ver. Ele era de fato apenas um político que defendia interesses de grupos e de determinadas pessoas ou um homem que os seus seguidores admiravam ? É difícil demais pra mim, talvez por não vivenciar a política em sua plenitude, entender que da noite pro dia o DR. ALMIR, referência de hombridade, honestidade, competência, liderança, gestor especialmente para seu seleto grupo de admiradores, se transforme em um ser abominável que agora todos chutam como um cachorro morto.
2 comentários:
Thanks :)
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Ahh depois que ele renunciou sua candidarura para deixar o papudo(se nao me engano)ser prefeito...haja cão morto!
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