Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

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sábado, 2 de outubro de 2010

FONTE-PROBLEMA EXISTE SIM !

Quando usei esta semana o termo fonte-problema, alguns colegas me procuraram indagando o que eu quis dizer com essa terminologia que nunca tinham ouvido falar. Por isso optei em escrever aqui, resumidamente, o que, em minha opinião, representa uma fonte-problema para os que fazem assessoria de comunicação.



Os colegas que permanecem nas Redações ou os que se dedicam mais á academia, talvez tenham dificuldade em avaliar na prática o papel de uma fonte falante, prepotente, arrogante e que acredita não necessitar da colaboração de nenhum outro profissional e principalmente se este for da área de Comunicação. Ele por si só se basta !


Essa nomenclatura se adapta muito bem àquele assessorado que está sempre à disposição dos colegas da Imprensa, mesmo sem saber do foco da matéria e normalmente acredita ser dispensável um contato prévio com os que fazem a assessoria. Refiro-me à assessoria cujo papel principal é agir e pensar estrategicamente e não mais aquela que apenas media, produz relise em abundância e marca entrevistas. Acredito no assessor de comunicação perspicaz, antenado, bem informado, que de tudo duvida e a tudo questiona e que inspira respeito e admiração de seu assessorado e não apenas subservientemente concorda com suas decisões nem sempre as mais acertadas.


Não é fácil deixar de ser operacional e tornar-se estratégico, pensante, pró-ativo. Pré-avaliar, acompanhar, analisar e pós-avaliar ações e reações é bem mais complexo e trabalhoso do que apenas comemorar a inserção da sua empresa em uma grande mídia. Porém, escolher a fonte que comandará a cena (às vezes quase um espetáculo tamanho são as encenações, cenários e até figurinos) é imprescindível para que a comemoração de fato aconteça. Sim, toda empresa tem sua fonte-problema ! Ou terão várias ?


A questão que se coloca em discussão neste momento é até onde o assessor de comunicação tem o poder de interferir na pré-avaliação sobre a pertinência institucional dessa ou daquela fonte ser exposta e falar em nome de um grupo tão grande. Naquele momento ela deixa de ser pessoal e passa a ser coletivo. Não usará mais o “eu”, mas o “nós”. Para alguns esse comportamento pode sugerir censura ou omissão. Mas sem hipocrisia, todos sabemos que os assessores de comunicação só existem porque as empresas preocupam-se com a sua imagem e certamente não os teriam se eles trabalhassem para denegri-la ou pelo menos não fortalecê-la.


O que fazer com um fonte (essa fonte problema !) se seu perfil é totalmente incompatível com o programa para o qual foi convidado; se expressa mal; seus resultados ainda são parciais e questionáveis, embora ele acredite que poderão um dia concorrer ao Prêmio Nobel e o pior de tudo: nega-se a ouvir o que o assessor de comunicação tem a recomendar, ignora por completo as recomendações de seus superiores e permite-se tudo, até dizer um monte de besteira.


Há fonte-problema que nem o melhor dos treinamentos do tipo media training surtem algum resultado. Acha que não tem mais nada a aprender, se rebela diante das ponderações do assessor. Quem de fato atua em assessorias de comunicação certamente sabe do que estou falando.


Com uma fonte-problema em evidência e sendo de interesse da Imprensa, o resultado final, todos os que atuam no dia-a-dia de uma assessoria de comunicação e de fato conhecem visceralmente essa atividade, já podem presumir: a matéria que tinha tudo para ser positiva se transformará, após a sua veiculação, em um grande problema. Ao invés de aplausos pelo fortalecimento da imagem institucional, provocará uma grande crise interna (e às vezes externa) e aí chega a hora de gerenciar uma nova crise.


Bem... mas isso é um novo capítulo.Mais uma atividade da nova (?) assessoria de comunicação.

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