Amanhã completo 5.3. Cada aniversário sempre foi pra mim um momento pra refletir, repensar e comemorar. Adoro festas, reunir pessoas queridas e este ano, depois de um turbilhão de experiências que me levaram ao crescimento e ao sofrimento, sinto-me preparada para comemorar como antes. Estou me sentindo renovada, menos saudosa, mais inteira nas emoções, apostando de novo no amanhã.
Os motivos ? ahh são vários ! Percebo-me novamente uma profissional que se estressa com o exíguo tempo, que quer entender mais e mais a nova ortografia da Língua Portuguesa para melhor revisar os livros, se debruçar nas propostas de projeto de Comunicação para analisar escrever e escrever e escrever,. Um prazer adormecido que chega e vai pela internet, sem patrão, sem chefe, com horários que eu mesmo estipulo. Corro entre ler, escrever, revisar, planejar o passa-a-passo do XI Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico em Belém no próximo ano e a cozinha, o arrumar as camas, o supermercado e as contas a pagar. Até uma oficina de jornalismo literário estou me permitindo participar, descobrir o fazer jornalismo com mais emoção, mais adjetivos e mais ternura. Uma sede de aprender, compartilhar, ensinar e adormecer cansada e feliz com a produção do dia.
Tenho dois motivos bem especiais pra comemorar mais esse aniversário: a existência do Raul e da Anaterra. A presença, a proximidade, a relação com eles. Ambos na adolescência com suas incoerências, hormônios, descobertas e temores, mas esbanjando amores por mim, pela avó e até entre si. Como não brindar tamanho presente divino ? Nunca me dirigiram um grito, nunca me ofenderam. Mantemos uma relação saudável de discussão sem agressão; de limites e alguns gritos, mas prazerosa e com cumplicidade explicitada no amor verdadeiro e incondicional. Comemoro, além deles, a presença pequena da mulher gigante que é a minha mãe. Saudável e próxima de mim como nunca estivera antes.
Sinto-me revivendo, permitindo emoções adormecidas, sonhos que castrei, planos que abortei. O coração que de novo acelera e já não teme, reencontra-se em frases nem sempre completamente compreensíveis, em situações nem sempre as mais favoráveis, mas a certeza de que já não posso fugir, me alegra e me desprotege. Um hola me ressuscita e me mostra de novo a vida com seus encantos, medos e desejos. Os dias já não passam lineares, são aguardados. O amanhecer tem novo sentido e os próximos meses se traduzem em planejar e se doar. Um encanto pautado nas palavras nem sempre ditas perpetuadas no interrompido destino que se reabre como uma janela e ao longe vislumbro um sol que a tudo ilumina e ressuscita a morte adiada.
Preparo-me para as comemorações que se anteciparam com a chegada do Rulton, da cunhada Socorro e do sobrinho Leonardo que vieram de Leme e passaram esses dias comigo inaugurando o clima festivo, a casa cheia. Mais tarde chegará a amiga-irmã Renata Menezes de Brasília. Virá me dar um abraço pessoalmente e em nome de uma amizade de décadas, compartilhar esse momento especial de retomada de um caminho que parecia interrompido para sempre. Na sexta-feira, dia do meu aniversário, virão ainda a outra amiga-irmã, a Sula Maciel, de São José dos Campos e trará consigo a tia Jorgete que veio de Belém para nos visitar. O Ruy, a outra cunhada, a Dóris e a sobrinha-afilhada Ana Júlia também devem vir e no domingo, se unirão aos amigos mais recentes como a Regina, Roberta, Liana e Paulo, de Ribeirão Preto e a Beth, “Seu” João e Gabriel que virão de São Carlos.
No ar o cheiro da maniva no fogo. Prenúncio de uma maniçoba adubada a caminho. Arroz paraense e pernil suíno no tucupi, uma suculenta salada e como sobremesa creme de cupuaçu com castanha-do-pará e bolo podre de farinha de tapioca. Um cardápio paraense para paraenses e paulistas que se aventurarem, mas, mais do que comer e beber, quero comemorar a vida, a esperança renovada, a crença no amanhã, a alegria de novamente me emocionar, o encantamento no que é tão antigo, mas ressurge novo, inteiro, intenso.
Brindar a existência de que, independente de quantos anos ainda viverei, hoje estou viva e por mim e por todos os que amo e me amam ser novamente feliz.
Tim-tim!
Quem sou eu
- Ruth Rendeiro
- Belém/Ribeirão Preto, Brazil
- Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte
Aos que me visitam
Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.
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2 comentários:
Oi, Ruth.
Aqui fala Mauro Zanatta, repórter do Valor. Estivemos juntos em Belém com Robinson, arroz de jambu, camarões e muita hospitalidade tua.
Lindos os teus textos. Me emocionei mesmo.
Saudades suas.
Grande beijo e muitos anos de vida.
Mauro.
Que bom te ver assim: vivendo de novo !
Hoje, estamos reunidos
Para um cafezinho diferente.
Viemos aqui decididos
A promover, em ato solene,
Homenagem solidária
A uma colega brilhante:
Parabéns,amiga Ruth,
Nossa querida Aniversariante ...
Que tenha sido tudo de bom a sua comemoração de aniversário com a família, amigos e o menu paraense !
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