Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Repensando a vida

Por mais que eu tente (e até consiga) é quase improvável esquecer que tenho algo grave a resolver, que não sou a mesma, que mudei, o mundo ao meu lado mudou, minhas prioridades agora são outras, meu olhar tem outros focos, meu pulsar acelerou, minhas apreensões alteraram-se.
Hoje conversando com um amigo no msn, falei da partida para esse lugar que não sabemos muito bem qual é. Paraíso ou o inferno ? Início ou o fim ?
Disse-lhe que estou tendo o privilégio de transformar essa passagem em uma festa. Sim, com purpurina, fogos, luzes e muitas plumas e cores. Algo meio gay, transformista.
Partir, mas me despedindo. Dizendo que vou e sem muito choro, mas com a sensação do dever cumprido, de ter estado aqui e de ter vivido, sofrido, chorado, mas ter sido muito, muito feliz.
Não é agouro, como diriam os antigos. São viagens...
Sim... porque poderia ser diferente. Um aneurisma, um infarto, uma pancreatite aguda ou mesmo um acidente de carro,de avião, não me dariam essa chance de me organizar, de ver a vida sob o prisma do que já não tem porque temer a morte.
Tudo bem que posso demorar mais do que muitos que agora estão sem nenhuma patologia. Que "se acham" imortais.
Estou tendo a oportunidade de me rever, me reavaliar, de me organizar para viver o que nem imaginava um dia passaria. Justo eu que sempre fiz os exames todos direitinho. Nunca atrasei os periódicos ...Fui, contudo, uma premiada.
Minha vida agora esmerasse num futuro atemporal. Tem dias que nunca chegam ou se atropelam e chegam rapidamente.
Não sinto nada neste momento. Apenas fome vez ou outra ou um desejo incontido e inconformado de querer (e não poder !) sentar em um barzinho e tomar uma cerveja e comer uma picanha ouvindo um cantor entoando Chico ou Djavan. Fisicamente estou bem. Muito bem por sinal ! Mas sei que dentro de mim, naquele lugar invisível uma revolução celular pode estar em plena atividade. As sadias querendo expulsar as cancerosas. Umas vencendo, outras rendendo-se.
São batalhas silenciosas, traiçoeiras. Lutas sem pódio, mas com derrotas e vencedores que comemoram.
Eu sei que vou um dia. Todos iremos ...
Mas hoje prefiro assim : com possibilidades de pensar na partida, de imaginá-la e como a expectativa é que a data ainda está distante, com tempo suficiente para viver mais ainda, mais intesamente, pulsando mais, arrebentando mais, doando-me mais.
Vida !! Viva !!

2 comentários:

Unknown disse...

Meu Deus "fessora", a senhora sempre me faz chorar...mas a senhora é nota millll, nãi sei se já conheci uma outra pessoa que nem a senhora. E o pior é que ao mesmo tempo que choro quero sorrir, é uma mistura no coração...não da mais....
Que Deus esteja sempre ao seu lado.
Um grande abrço da aluna que nunca vai esquecê-la.
Beijos.
Josiane Coelho - FAZ

Soraya Pereira disse...

Fessora é ótimo!!!
Um dia ainda cria coragem e vou pra uma sala de aula.

Ruth, passei pra dar um alô. Até o final da semana volto aqui pra postar um poema cuidadosamente escolhido pra você!

beijocas,
Soraya