Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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terça-feira, 27 de novembro de 2007

A capela do Gentil

Obrigações maternas levaram-me hoje ao Colégio Gentil Bittencourt. Entrei na capela. Assim como a instituição de ensino, ela tem mais de 200 anos. Pequena, meio escura, vitrais antigos homenageiam (hoje reparei!) apenas santas. Não há nenhum santo entre os escolhidos.
Entro, sento, rezo e choro. Não consigo reprimir ou mesmo disfarçar a emoção que toma conta de mim quando me sinto invadir por aquele ambiente.
Estava sozinha. Eu e as imagens, eu e aqueles bancos de madeira de lei. Eu e muita energia.
Ali está uma das três imagens oficiais de Nossa Senhora de Nazaré. A única que tem um arco de luzes constantemente acesas a sua volta. Reinando na penumbra.
Conversei durante minutos com a pequena imagem. Simbolismo. Mãe das mães. Como se fóssemos velhas amigas e Ela pudesse entender minhas aflições, meus medos, minhas angústis, minhas preocupações. Mas também percebesse em minhas lágrimas a fé, a esperança, a alegria de estar viva, a crença de que tudo será mais leve do que imagino, do que a minha criativa e doente mente me faz fantasiar, antecipar.
Rezei com fé. Pedi com humildade por todas nós e principalmente pelas pessoas que tenho acompanhado na comunidade do Orkut que unem-se pela dor, pela similaridade, pelo caminho turtuoso que hoje são tão iguais. Uma vitória a cada dia. Uma nova batalha a cada hora. E a fé inabalável na cura, na vontade de viver.
Gosto de percorrer aqueles corredores centenários, observar cada detalhe da arquitetura, deter-me nas portas, janelas, grades, desenhos.
Sei que meu olhar agora é mais atento. Vejo o velho com um olhar novo. O velho-novo, o novo-velho repaginado.
Saí mais leve, mais aliviada, mais plena.
Mas pedi, acima de tudo, pelos filhos. Sempre eles os primeiros do topo, os que nos perturbam, preocupam, angustiam e nos fazem imensamente feliz.
Impulsionam à vida, leva-nos a crer no futuro e a ter saudade do passado.
Eles.... sempre eles ...

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