Sempre fui jornalista. Nunca tive outra profissão. Fiz vestibular para Letras na Universidade Federal do Pará e cursei quatro semestres. Mas foi no período do básico, em contato com os demais cursos da área, é que vi que de fato Gil Vicente e Camões (com todo respeito!) não seriam nunca minhas grandes paixões. Gostava de ler, mas muito mais sobre tudo o que fosse atual, emoções mais próximas, informações mais relacionadas ao meu mundo, ao hoje. Depois de alguns semestres abandonados, fui cursar jornalismo. A essa época já era "foca" em A Província do Pará e segui na Universidade apenas para oficializar a escolha.
Depois de A Província (a grande escola !!) fui para o jornal O Estado do Pará até dedicar-me integralmente às assessorias de imprensa (Prefeitura, Cesep, Ficom e finalmente Embrapa) e aos diversos frilas (Conselho Regional de Psiologia, Cikel, Conselho Regional de Química....)
Há muito perdi o temor, quase fobia, que me levava a fazer (e a dizer) besteiras impensáveis em plenas faculdades mentais. Mais de dez pessoas e eu à frente era suficiente para que eu surtasse. Assim foi quando prestei concurso para professora do Curso de Comunicação Social da UFPa, em 1983. Estava tão nervosa que fumei o giz e escrevi com o cigarro.
Hoje sou outra... Irreconhecível. Falo com facilidade à frente de até mil pessoas, não tremo e até gosto.
Auto-confiança que aliada à experiência profissional levaram-me a aceitar ao convite feito pela colega Heliana Martins (àquela época coordenadora do curso) para lecionar na Faculdade de Tecnologia da Amazônia (Faz) em um curso recém-criado, o de Comunicação Institucional.
Fui nervosa, é claro, mas cheia de boas intenções. Um só turma no início. A pioneira do curso. Uma deliciosa experiência dividida com eles. Devo ter agradado, afinal fui escolhida como paraninfa da turma.
Ir para a sala de aula tem sido para mim mais do que uma nova opção profissional. É uma redescoberta. É descobrir que além do jornalismo tenho outros prazeres. Nunca sinto-me cansada. Raramente falto e conversar, estar com eles, vendo que posso repassar um pouco do que acumulei nesses mais de 30 como jornalista, sendo 25 como assessora de comunicação, alimenta minha alma e aumenta minha curiosidade pela área de comunicação nas instituições levando-me a estudar semppre, a compreender melhor esse novo mundo.
E ontem, a Lorena Matoso, uma ex-aluna que em breve receberá o título de tecnóloga em Comunicação Institucional, mais uma vez emocionou-me e me trouxe a certeza de que a doação é bem compreendida, que de fato eles percebem minhas intenções, minha honestidade em dividir.
Ao escrever a DEDICATÓRIA NÃO PUBLICÁVEL de seu TCC em seu perfil no Orkut dedicou um parágrafo inteiro para mim.
Emoção pura que divido com, muita honra e vaidade, com vocês.
"Eu sempre ouvi falar que TCC era uma desgraça e descobri que não é nada disso. É muito pior (...)
À amada ex-professora Ruth Rendeiro, carinhosamente chamada por mim de “co-orientadora”, por todo o lado prazeroso do TCC, por todas as dicas, as idéias, livros emprestados, por me mostrar o porquê das coisas serem tão difíceis assim, sendo que as minhas angústias são mínimas perto das suas. Obrigada é muito pouco pra lhe dizer, Deus está com você, lembre-se disso."
Próximo dos 50 anos, a nova profissão me invade e me apaixona.
Quero ter outras Lorenas ...
Mais um motivo pra prosseguir ...
Pra lutar ...
Pra viver ...
Quem sou eu
- Ruth Rendeiro
- Belém/Ribeirão Preto, Brazil
- Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte
Aos que me visitam
Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.
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Um comentário:
Ruth! Que descoberta linda! O meu agradecimento é o mínimo que te devo.
Engraçado que nossos caminhos são opostos. Saí da sala de aula pra cursar comunicação. Engraçado não?!
Mas o tempo que dei aula foi gratificante também, tenho alunas que hj estão com 15, 16 anos e me chamam de tia, e dizem que isso ou aquilo aprenderam comigo. Esse é o melhor reconhecimento de um professor, saber que realmente vc plantou algo de bom naquela pessoa, que somos formadores de opiniões, de cidadãos.
Fiquei muito feliz com o seu texto e com certeza, muitas Lorenas virão e serão tão gratas como eu.
Fique bem!
Beijão
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