Depois que saí do fundo do poço, que comecei a racionalizar e entender a dimensão de minha realidade, comecei a agir com a praticidade que sempre me marcou. Primeiro cortei os abundantes cabelos naturalmente encaracolados que exigiam uma passagem no "seu" João todas as semanas para retocar a pintura, fazer luzes ou mesmo hidratar. Se ele terá que cair, que eu e as pessoas não se assustem com o novo visual. Na última quinta-feira radicalizei. Cortei baixinho, moderno, mais para o loiro (dizem as colegas da especialização que mulher não envelhece, fica loira). O corte Joãozinho da minha adolescência. Além de me preparar psicologicamente para um mudança quase previsível decorrente da quimioterapia, cuidar dele, caso não caia demais, também exigiria uma dedicação física que certamente não terei. Uma nova Ruth surgiu no cenário valorizando brincos e outros acessórios.
Quis um novo visual também no lugar onde devo permanecer mais tempo. O quarto está passando por reformas. Cores vibrantes em contraste com paredes claras, cama nova, abajour potente para as leituras na madrugada, nova disposição dos móveis e o notebook funcionando em toda a casa com uma mesinha nova dedicada a ele.
Uma renovação externa que reflete o que internamente vivencio. Uma nova vida, um novo olhar, um caminho tortuoso, mas feliz.
Na mudança o primeiro título de pós-graduação. Durante anos deixei escapar as oportunidades de fazer pós, mas agora preparo-me para o desfecho. Depois de três dias de aulas com a Ana Prado, a monografia começa a tomar forma, a se delinear e a finalização já passa a ser real. Antes parecia tão distante, tão demorado... Lamentarei porque não mais conviverei com pessoas tão interessantes e tão diferentes entre si. Sentirei falta da sala de aula como aluna, mas há outros projetos à frente me aguardando.
Não importa se algumas vezes terão que ser interrompidos, se houver paradas estratégicas para uma recuperação mais demorada.
O essencial é continuar caminhando...
E lá vou eu ...
Quem sou eu
- Ruth Rendeiro
- Belém/Ribeirão Preto, Brazil
- Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte
Aos que me visitam
Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.
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