Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O preventivo

Nunca tive o hábito de fazer o auto-exame. Todas as vezes que pensava em fazer, achava tantos nódulos fictícios que desistia. Mas felizmente trabalho, há quase 24 anos, em uma empresa que exige dos empregados os exames preventivos, o que chamamos de periódicos. Todos os anos, nós da Embrapa, passamos por uma bateria de análises que incluem, para nós mulheres, a mamografia. E foi em uma dela, em agosto passado, que tudo começou. São sustos encima de sustos. Primeiro o laboratório dizendo que precisava repetir o exame. Primeiro medo ! De fato havia um nódulo. Mas que nódulo ? Pelo laudo nada demais. Mas era preciso ir mais além. Uma cirurgia retirou o material que foi para bióspia. Só esta palavra já aperta o coração. Preferi deixar para saber o resultado só no dia 24. Afinal, dia 23 meu filho, Raul, completava 16 anos. Um bom motivo para reunir parentes, amigos e os amiguinhos deles. Churrasco, cerveja e sobremesas fizeram meu domingo especial. Ouvi música, cozinhei, tomei cerveja e cantei... Talvez me despedindo desse clima de festa. Na segunda-feira, dia 24, enquanto estava assistindo a missa de primeiro ano de falecimento da colega e pesquisadora Socorro Kato, na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, o Manoel e o Raul tomavam conhecimento do laudo definitivo : estava mesmo com câncer. Do meu lado a Anaterra no táxi do Sid. Um quase parente que ficou mudo. Não chorei, apenas senti que meu mundo caiu. Desabou tudo... E agora ? POr onde começar ? O que fazer ? Quanto tempo eu tenho de vida ? A Anaterra, adulta, solidária, apertava a minha mão e repetia : - Mãe, lembra da tia Rosaly. Não vai ser nada demais.
O susto é enorme, ainda não me refiz, ainda estou como espectadora dessa peça de teatro macabra, mas tenho consciência que o preventivo fez a diferença. Não sentia nada : dor, secreção, nem no tato .. Nada. E em 2006, quando fiz também a mamografia obrigatória, nada atestou. Em um ano ele se instalou em meu seio esquerdo. É preciso prevenir, afinal, como diz o Fernando Jares, colega da pós-graduação da Unama, não é exatamente para descobrir no ínicio, quando ainda há cura, que fazemos o preventivo ? É ... pode ser ....

6 comentários:

Carlos Honorato disse...

Nada conseguirá vencer a sua alegria de viver.

Abraços do irmão

Carlos Honorato

Moacyr disse...

Tenho certeza que a precocidade do diagnostico vai reverter tudo isso
rapidamente. Ai, no final, isso tudo vai servir para aumentar (ainda mais) a tua alegria de viver e a nossa de te querer bem.

Grande beijo,

Moacyr

Anônimo disse...

Ruth, a vida nos prega algumas peças de vez em quando, parece que para nos testar, ver o quanto agüentamos, mas desta vez ela vai dançar, pois além do seu vigor natural, tem essa torcida toda que vejo aqui no seu blog.
Eu, Zeca, Renato e Pablo vamos "engrossar" essa torcida.
Força, vc vai conseguir...
Um grande abraço, com carinho,
Margarete

Atento disse...

Oi Ruth,

Apesar de falar muito, nessas horas eu nunca sei o que dizer, talvez seja até bom não dizer nada, mas apenas torcer, rezar e continuar convivendo contigo normalmente, abstraindo tudo isso. Uma vez, conversando, descobrimos que somos dois exagerados (principalmente quando se trata de doença), mas nessas horas, percebemos o quanto somos fortes (vide sua reação). É assim mesmo, ficamos assustados mas vamos à luta! Vamos vencer junto com você e continuar a beber cerveja, rir, dançar, conversar, comer pra caramba e curtir outras coisas boas da vida.

Beijos!

Afonso

Lilian Bayma disse...

Querida Ruth

Faço parte dessa corrente de vibrações positivas pelo restabelecimento da tua saúde. Logo,logo, desfrutaremos da tua alegre e amiga companhia. Afinal, ainda tens muito o que ensinar sobre "jornalismo científico".

Beijos.

Unknown disse...

Ruth,leio o que escreves e consigo ouvir o som da tua voz de comando,de carinho,de atenção,de preocupação,de matriarca mesmo,de dona de todos nos.Todos nos sim,dona sim.Preocupação com tudo,com todos.Sei do momento dificil,que nos que te amammos passamos agora juntos,mais sei tambem que ja esta passando,que foi um susto.To daqui...mais tenho um pedaço teu aqui,preocupado,entristecido,querendo falar,saber,ESTAR. Da proxima vez que sentarmos la na cozinha,em volta da mesa com as gostosuras que so tu sabes fazer,vamos estar mais fortes,unidos,fortalecidos e vou te ouvir falar de susto que PASSASTES,so um susto com certeza.Fica em paz...