Ontem chegamos da Trasladação (que é o percurso do Círio ao contrário) à meia-noite. Eu, Manoel, Raul, Anaterra, Rulton, Marcela, Leonardo e Socorro assistimos a queima de fogos e rezamos com fervor. Eu, Manoel e os filhos fomos até à Igreja da Sé (que continua em obras) entregar simbolicamente meu seio doente. Deixei lá, nas mãos de missionárias, o meu câncer. Entreguei-me nas mãos de Nossa Senhora de Nazaré, a intercessora para que cheguemos mais próximos de Jesus. Foram cerca de 5 km de caminhada (fizemos uma vez e meia o percurso). Os pés doloridos, a costa também, mas só hoje o cansaço chegou e junto com ele um resfriado (a mamãe também). Optei por não piorar meu quadro respiratório. Tenho que estar bem para entrar na sala de cirurgia em breve. Apenas o Manoel foi vê-la novamente.
Acompanhei tudo pela TV . Naturalmente emocionada ao ver aquele rio de gente, de cores, escolaridades, naturalidades e idades tão diferentes que se mistura numa só multidão. Ali está a solidariedade viva, presente no copo de água que banha os rostos suados ou ameniza a sede; que carrega nas macas os que não resistem ou que apenas estendem a mão em busca da bênção.
Não é a mesma coisa, mesmo que os colegas jornalistas se esforcem. Eles, inclusive, reconhecem essa limitação. A emoção é diferente. A energia quando estamos presentes, que flui de cada um que está naquele sufoco, adentra as nossas entranhas. É como se estivéssemos levitando.
Hoje vi pela TV, mas no próximo ano irei acompanhar a procissão inteira. Já assumi esse compromisso com a NAZA. Vou agradecer a minha saúde e a de tantas pessoas que estão vivendo a mesma situação. Vou fazer uma paradinha no apartamento da família Bibas. No momento em que a berlinda passava na av. Nazarté, a Lilian telefonou-me e de novo me emocionou profundamente. Disse que ela, o Marcos e a Laís (minha afilhada de crisma) estavam emanados em rogar pela minha saúde à Santa, naquele momento em frente a eles. Quanta amizade, quanto conforto, quanto carinho.
Ano que vem estarei aí... estarei lá, entre os mais de dois milhões de fiéis que tomam contam de Belém a cada ano.
Uma festa que me acompanha desde a mais tenra idade e que agora passa a ter um sabor diferente...
Quem sou eu
- Ruth Rendeiro
- Belém/Ribeirão Preto, Brazil
- Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte
Aos que me visitam
Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.
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Um comentário:
Ruth, querida!
Vi ontem a cobertura do Círio - emocionante!, e lembrei de você, amiga.
Saiba que, daqui, estamos enviando nossos pensamentos, nossa energia e orações para que a amiga possa lidar com este imprevisto tão assustador da doença, fazer o que tem que ser feito e superar esta prova.
Abraço e carinho do João Eugênio.
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