Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Ruminando ...

Nem as palavras estão muito bem ordenadas na minha cabeça. As imagens são confusas. Misturam lembranças recentes (a voz do médico, o telefonema informando o resultado da biópsia) a outras cenas importantes da minha vida : o nascimento dos filhos, o primeiro emprego, o casamento, o primeiro aparelho de som, a primeira viagem...É como se não fosse eu que estivesse vivendo tudo isso. Os que já tiveram experiência similar dizem que não é nada grave, que tudo passará, que até vou rir de tanto susto, mas os dias que virão - sei disso !! - exigirão muito de mim. O zoloft ajuda, o lexotan também, mas como não pensar que ele já pode estar no fígado, no pâncreas, no pulmão ou no cérebro ? Como não cogitar a possibilidade de uma complicação na cirurgia ? Dizem que o excesso de informação é um dos piores inimigos neste momento. Mas como ser jornalista e não ser informada ? Como não ter gravado na minha CPU que câncer mata, que este pode ser apenas um entre vários ainda silenciosos ? Ahhh ...tudo bem, que tenho outros momentos. Aqueles em que sei do índice altíssimo de cura, principalmente em um câncer de mama cujo tumor nem chegou a 1cm, diagnosticado no início em uma pessoa saudável (gorda, mas com um bom colesterol, sem diabete, sem triglicéricos) e sem caso de câncer de mama na família. Tenho que me espelhar nos casos exitosos e agradecer por tanto carinho (vindos de onde nem imaginava que pudessem um dia vir).
Vou ter uma overdose de tanto escrever. Escrever aqui, procurar amigos no msn, no orkut, grupos de auto-ajuda na Internet... Para mim é fundamental esse vômito de palavras. Sinto um enorme alívio ...

2 comentários:

Unknown disse...

Com relação ao excesso de informação prejudicar, vai depender "Se o indivíduo não consegue desenvolver mecanismos de coletar e transformar dados e fatos em informação, de nada vale ele
ter acesso a miríades de fontes desses dados. Ao contrário, é possível que essa enxurrada de não-informação que ele tem
acesso ou recebe diariamente, acabe dificultando ainda mais sua tarefa de transformar tudo isso, primeiro em informação útil,
e depois em conhecimento aplicado."


Tenho certeza que não é o seu caso ;)
Ana Mirtes

Ivan Ribeiro disse...

SE informar, deixar de. Chorar ou nao. Quem pode dizer? Quem pode? So vc tia. Voce tem que fazer o que o corpo e a mente pedirem. Se pedirem pesquisa - ainda que com a gratuidade da aflicao - que assim seja. Se pedirem lagrimas, tranquilidade, viagens ou serenidade tambem.
O importante eh que ambos estejam em sintonia para atravessar esse periodo que agora chega.
Sim, tudo vai dar certo, mas nem por isso eh errado se angustiar e preocupar.
So nao pode esquecer o acreditar.
Um beijo no coracao.