Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Minha cartinha a Papai Noel

É um pedido tão simples e ao mesmo tempo tão complexo. Por isso estou te mandando com bem antecedência pra não dizeres depois que foi em cima da hora. 
Sabe o que eu quero, Papai Noel? Um homem! 
Não... não... não quero marido. Eu que na adolescência e naqueles primeiros anos de adulta acreditava que nunca casaria, 18 anos já foram bom demais! Estou mais do que satisfeita.
Não quero namorado que telefona em busca de informações típicas do primeiro amor: onde estás? Com quem estás? A que horas chegarás?
Não quero um amante furtivo que só pode receber carinhos no motel ou naquele lugarzinho escuro na estrada para que a esposa não fique sabendo de mais essa pulada de cerca.
Não estou em busca de um pagador de contas. Felizmente trabalhei a vida inteira e hoje consigo bancar/rachar tudo o que necessito. Das despesas domésticas às minhas viagens.
Não sonho com o cara do carro esporte do ano ou que aos finais de semana saia em sua potente motocicleta cortando as rodovias, roncando alto o motor.
Não estou caçando aquele senhor sarado, barriga tanquinho, com tatuagens da moda, cabelos habilidosamente desarrumados, dentes perfeitos, cheirando a loção de barbear importado.
Eu quero tão pouco, Papai Noel...
Pode ser careca ou grisalho, barrigudo, gordo, ter um sorriso que nunca ocuparia os comerciais de pasta dental, sem conta bancária obesa, que use perfume do Boticário ou Natura, mas que tenha sensibilidade, se emocione com uma música, ache normal tomar banho de chuva, não se incomode que eu fale sem parar sobre o último livro que li ou sobre o último texto que escrevi; que ache encantador receber um cartão virtual no meio da manhã apenas porque deu vontade ou um torpedo dizendo simples assim: és especial demais na minha vida!
O homem que busco talvez esteja em falta, né Papai Noel? 
Queria tanto poder abraçar apertado sem sentir que as mãos foram usadas mais pra medir a minha circunferência abdominal do que de fato pra me trazer pra bem juntinho. Acordar dengosa e fingir um mal estar só pra ser cuidada na cama. Passar o domingo entre o fogão, a geladeira, o DVD e a cama. Viajar... viajar para a cidadezinha de 50 mil habitantes ou à metrópole de 4 milhões. Tanto faz praia, montanha ou arranha-céus ...
Meu sonho de consumo tem que ser maduro pra ser responsável, mas jovem o suficiente pra usar o facebook ou o twitter e não achar que isso é “coisa de jovem”. Pode não ter mais a disposição sexual dos garotos de 30, mas tem que saber amar uma mulher sem se importar demais em exibir a sua performance. O antes e o depois, após os 50, é sempre mais importante que o durante.
Será que conseguirás. Papai Noel? ou eu vou passar 2012 de novo esperando pelo cara que iria me acompanhar ao show do Chico Buarque sem achar ridículo e ainda cantar junto comigo, entender a minha emoção e depois sair pra jantar, namorar, ver o sol nascer embalados ainda pela belíssima Sinhá, a música mais recente do Chico e João Bosco.
Ahhh te esforça aí Papai Noel! 

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