Tenho ouvido com repetida freqüência a pergunta por que troquei São Carlos por Ribeirão Preto.Para os que conhecem pouco o interior de São Paulo, são duas cidades bem próximas (cerca de 100 km),mas bastante diferentes e tenho motivos bem objetivos, lúcidos, práticos, racionais e outros que talvez estejam escondidos sob os primeiros que embasaram mais essa lúcida loucura extrema.
Nem São Carlos... Nem Ribeirão... Nunca passara pela minha cabeça, mesmo no maior de todos os devaneios etílicos, que um dia eu iria morar no interior de SP. Nunca me senti atraída por esta parte do País. Nem sertanejo está entre meus estilos de música preferidos. Mas eu vim. Primeiro para São Carlos. Pela Embrapa, pela oportunidade de tratamento (àquela altura para mim e para o Manoel).
Mas nada mais me prendia a São Carlos depois da aposentadoria. O que me levara àquela cidade há um ano e sete meses já não faz mais sentido. Deixei a Embrapa, não me adaptei, não tinha tesão para ir trabalhar, não me “vi” fazendo parte daquele grupo. O Raul se antecipara e desde fevereiro do ano passado já estava morando em Ribeirão ao ingressar no curso de Educação Física na USP.
Mais racional do que isso impossível !
Há, entretanto, outros motivos que me levaram a enfrentar essa tarefa desgastante, cansativa, onerosa que é mudar de casa e principalmente de cidade. Ribeirão tem mais a cara de Belém. É quente (mesmo que eventualmente faça no inverno 16,18 graus), tem uma população bem maior (São Carlos tem cerca de 220 mil habitantes enquanto Ribeirão em torno de 600 mil), mais opções de lazer, de compras, de praças, de shoppings, de cursos, de viagens (aqui tem aeroporto,lá não) e mais bagunça, que embora não se iguale a de Belém, me aproxima do meu habitat natural.
As pessoas usam menos roupa, tomam mais sorvetes e chopes, freqüentam mais os bares e restaurantes, curtem estar bronzeadas e andam a pé, caminham na rua, entopem os ônibus.
São Carlos é perfeita demais para quem viveu a vida inteira no meio de um adorável caos. Até a perfeição incomoda. Quase tudo limpo, quase tudo no horário, quase tudo farto, quase tudo como sonhamos.
Pretendo aqui me envolver em ações sociais que não consegui em São Carlos. Voluntariado com pacientes de câncer ou algo similar e oportunidades de me cuidar mais, de sair mais, de viver mais.
A presença de jovens - alguns deles já vieram almoçar, comer o bolo da mamãe - promete encher de novo a casa de alegria. Motivo para eu voltar à cozinha, a ouvir mais música enquanto cozinho em companhia de uma cerveja. Não a cerpinha, mas qualquer uma sem álcool.
Continuo a busca.Talvez de mim mesma e tanto faz estar em São Carlos ou Ribeirão.
O que procuro talvez não exista mais...
Quem sou eu
- Ruth Rendeiro
- Belém/Ribeirão Preto, Brazil
- Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte
Aos que me visitam
Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.
Arquivo do blog
- janeiro (7)
- outubro (1)
- julho (2)
- maio (1)
- abril (1)
- fevereiro (5)
- dezembro (1)
- outubro (2)
- setembro (1)
- maio (1)
- abril (1)
- março (3)
- fevereiro (1)
- janeiro (1)
- novembro (8)
- setembro (2)
- julho (1)
- junho (2)
- maio (2)
- abril (1)
- março (2)
- fevereiro (1)
- janeiro (3)
- dezembro (4)
- novembro (2)
- outubro (4)
- setembro (6)
- agosto (5)
- julho (6)
- junho (11)
- maio (10)
- abril (13)
- março (6)
- fevereiro (9)
- janeiro (14)
- dezembro (22)
- novembro (26)
- outubro (32)
- setembro (4)
Nenhum comentário:
Postar um comentário