Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

Arquivo do blog

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Escrita terapêutica

Esta semana a revista Isto É teve um sabor diferente pra mim. Há mais de um mês aguardava, ansiosamente, pela publicação de uma matéria que abordaria a escrita terapêutica, tendo como ganho este blog. Dei entrevistas, passei algumas horas sendo fotografada e pela primeira vez troquei o papel de articuladora de pauta para fonte, a entrevistada ansiosa que não quer reconhecer a ansiedade pela veiculação. Não sei quem indicou-me, como chegaram ao meu blog, mas como acredito que devemos usar todas as formas de nos fazer feliz e muitos podem descobrir essa que encontrei casualmente, concordei de imediato com a proposta.
Mas como a matéria demorou a entrar na edição ...Todos os últimos sábados certamente eu era uma das primeiras a comprar a revista em São Carlos e neste finalmente lá estava eu !.Texto pequeno, mas redondinho, cumprindo o que se propôs. Para mim fundamental. Permitiu que eu tivesse uma compreensão mais exata dessa necessidade de escrever, de compartilhar o que sinto principalmente as angústias, dúvidas, aflições. Percebo que ao agir dessa forma fico menos ansiosa, durmo mais facilmente porque não necessito ficar horas buscando explicações, identificando os gargalos de situações ou me organizando mentalmente.
Quando comecei a escrever aqui houve as mais diferentes reações dos amigos (e os nem tanto!). Alguns acharam que essa era a forma ideal de acompanhar a minha odisséia sem que eles necessitassem me visitar, telefonar. O pessoal da torcida fiel, mas silenciosa. Outros dizem com todas as letras que não gostam de ler porque se emocionam demais, porque sofrem comigo, choram. Aceito e respeito essa opção de não ver o problema como de fato ele é ou pelo menos do meu ponto de vista. Eu que estou no olho do furacão. Há, contudo, os que, mesmo sutilmente, avaliaram essa minha disposição e necessidade de escrever como um marketing pessoal, uma oportunidade para me fazer famosa, comentada... Respeito, mas não aceito e quando leio na matéria da IstoÉ a explicação do filólogo José Pereira da Silva de que “quando escreve, a pessoa precisa se fazer compreender” ou a avaliação do oncologista Daniel Herchenhorn da diferença entre tratar o assunto câncer com o médico e com pessoas que entendem o seu drama porque passaram (ou estão passando) por algo similar, constato que tenho encontrado na escrita de fato um terapia.
Arrumar meus pensamentos, organizar a minha cabeça, priorizar ações, ficam mais fáceis quando escrevo. Embora muitos afirmem que me expresso verbalmente bem, prefiro fazê-lo usando a palavra escrita. Gosto de sentir que consegui usar as palavras adequadas para transmitir o que queria, o que estou sentindo ou de redigir um texto tendo como base informações puramente técnicas que depois de burilado passa a ser inteligível a qualquer pessoa.
Dominar as palavras, montando o quebra-cabeça de substantivos, adjetivos, verbos,pronomes... e depois ter a exata dimensão que aquilo um dia poderá se transformar em um documento, registro de uma época, amplia a responsabilidade, dá mais credibilidade. Morrerei, mas deixarei meus escritos. Algo poético e antigo, mas que me enternece.
Não tenho dúvida de que devo e quero usar essa ferramenta como um elo entre eu e outras pessoas (conhecidas ou não). Por que deveria escrever sorrateiramente em um quarto ou para poucas pessoas quando essa minha experiência, de alguma forma, pode levar alguma contribuição a pessoas que ao enfrentarem essas adversidades da vida se entregam, se prostram e morrem antecipadamente ?
Eu tinha duas opções: desabar ou viver e eu escolhi viver.
Hoje à tarde vou me inserir, com mais ênfase e compromisso, na vida. Será um marco nessa nova etapa. Chegou o dia do seminário para os empregados da Embrapa Instrumentação Agropecuária que me receberam de braços abertos. Vou tentar mostrar aos colegas que fazer Comunicação dentro da Empresa é mais simples do que inicialmente pode parecer, mas é preciso o mínimo de sistematização. Vou tentar contagiá-los com a minha crença em que é possível mudar, contribuir, dar, receber, crescer e ter prazer até trabalhando.
Tomara que eu consiga !!

5 comentários:

Anônimo disse...

Olá Ruth, já postei um comentário aqui antes, gosto de ler o que você escreve, é real, é prático, você realmente se expressa bem, é muito importante que você se sinta bem, que possa tirar daqui energia para a sua vida, como escrevi antes, minha sogra luta muito com os problemas de saúde, a idade e tudo mais, ela tem muita fé, gosta muito de fazer trico e outros trabalhos manuais, encontrou nestes afazeres manuais uma forma de se curar, uma forma de complementar seus ganhos, mas o mais importante de se sentir útil, e não ficar somente pensando nos problemas, vejo em você essa mesma vontade de vencer, me deixa feliz, poís minha mãe, que graças a Deus só tem problemas da idade, não faz isso, é só ocupa a mente em achar que não é feliz, que merecia sorte melhor..etc, claro que cada um tem sua cruz, seus problemas, mas só se lamentar não ajuda, é preciso lutar, escrevendo, orando, trabalhando, mas sempre com o objetivo de ser útil a sí mesmo e também ao proxímo.
Valdir Macenco - SP/SP amigo virtual Doralice.

Gabbay disse...

Hoje é o Círio, né Ruth? A tua cara, a tua história, a cultura da nossa terra, e estando aqui de longe, vendo só pela tv, bate um monte de emoções, então deu vontade de te falar por aqui: viva a nossa Belém do Pará, viva a gente! um grande abraço...

Anônimo disse...

Oi Ruth,
Passei para te deixar um abração!
"mande notícias do mundo de lá..."
quero saber como vcs estão.
bjs pra vcs.
Jesus

Anônimo disse...

Ruth,
li a matéria da IstoÉ, ficou legal. vc merece. Lê o que escrevi no meu blog. Nem sei se lembras do Pelas Ruas de Belém... mas ele está de volta, no endereço: http://pelasruasdebelem.zip.net/
um gde abraço para todos
fj

neymessiasjr disse...

Ruth,
nem sei se vc lembra de mim,mas não sabia da sua história e me comovi com ela
Gosto do tema da escrita terapêutica.Tenho um humilde blog onde exerço muito isso fazendo minhas catarses
Boas energias pra vc
bj
ney messias jr