Os que me conhecem há anos e nunca estiveram em Belém, dizem que já a conhecem por mim. Meus filhos, minha cidade, minha profissão estão, plageando o Chico, feito tatuagens em meu corpo, na minha alma, no meu coração.
Reconheço todas as suas falhas, problemas, limitações, os (des)governantes e as abordagens cruéis que alguns coleguinhas teimam em passar para o restante do País.
Não.. por favor isso não quer dizer omitir, mentir e informar apenas o belo, o exótico, o que agrada aos sentidos. É preciso sim denunciar, expor essas feridas e buscar, de todas as formas, curá-las.
Mas além do abominável trabalho escravo, das aberrações contra o meio ambiente, dos intermináveis conflitos pela terra e agora mais recentemente a falência do sistema penal que levou ao País e ao mundo o que de mais horripilante pode aconteer a uma mulher, Belém também tem outros lados, mas que nem sempre viram notícia.
A minha Belém calorenta (temperatura sempre rondando os 30 graus, mas com uma sensação térmica de 40), tem muitos encantos que tanto me encantam.
Como não parar pra juntar a manga que cai no meio da rua ? Manga fresca, madura que ameaça os vidros dos carros e as cabeças dos pedestres. A marca do centro da cidade. Mangueiras frondosas, formando tunéis, que nessa época do ano parecem árvores de natal com bolas que variam da tonalidade verde-intenso a amarelo-ouro.
A minha problemática Belém tem chuva que neste momento começa a se formar no céu para cair por volta das 2 horas. Isso !! a famosa chuva das 2 que pode antecipar alguns minutos ou mesmo atrasar algumas horas. Chega, refresca e nós, obedientemente, esperamos que ela cesse e o toró se transforme em apenas um chuvisco. Saimos beirando pelas coberturas e úmidos vamos trabalhar, estudar, passear.
Tem açaí. Mas sem granola, guaraná ou banana. Açaí puro, grosso, batido nas rústicas casas que mantêm inalteradas a bandeira vermelha sem letreiros, mas que tudo dizem : aqui vende-se açaí. Açái com açúcar e farinha de tapioca ou farinha d'água acompanhado de um peixe salgado bem fritinho (pirarucu de preferência), carne seca ou camarão. Tem pupunha, bacuri, graviola, taperebá, muruci, castanha-do-brasil, jambo, jambu, tucupi, abricó, cajarana, muitas variedades de jaca, mangaba. Tem tapioquinhas que se faz em casa ou se vende na rua.
Ahhh tem ainda o tacacá, maniçoba, pato no tucupi, caranguejo (toc-toc ou na casquinha), siri, cariru, vatatá...
Queria que o mundo conhecesse também essa Belém. Que visse com outros olhos este lugar problemático - como a grande maioria das cidades que beira os dois milhões de habitantes- mas que mantém intactos os seus encantos e seduz os que se dispõem a olhá-la apaixonadamente, minimizando os defeitos e valorizando as qualidades. Exatamente como os apaixonados fazem....
Quem sou eu
- Ruth Rendeiro
- Belém/Ribeirão Preto, Brazil
- Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte
Aos que me visitam
Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.
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