Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mais um aniversário ...

Amanhã completo 5.3. Cada aniversário sempre foi pra mim um momento pra refletir, repensar e comemorar. Adoro festas, reunir pessoas queridas e este ano, depois de um turbilhão de experiências que me levaram ao crescimento e ao sofrimento, sinto-me preparada para comemorar como antes. Estou me sentindo renovada, menos saudosa, mais inteira nas emoções, apostando de novo no amanhã.
Os motivos ? ahh são vários ! Percebo-me novamente uma profissional que se estressa com o exíguo tempo, que quer entender mais e mais a nova ortografia da Língua Portuguesa para melhor revisar os livros, se debruçar nas propostas de projeto de Comunicação para analisar escrever e escrever e escrever,. Um prazer adormecido que chega e vai pela internet, sem patrão, sem chefe, com horários que eu mesmo estipulo. Corro entre ler, escrever, revisar, planejar o passa-a-passo do XI Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico em Belém no próximo ano e a cozinha, o arrumar as camas, o supermercado e as contas a pagar. Até uma oficina de jornalismo literário estou me permitindo participar, descobrir o fazer jornalismo com mais emoção, mais adjetivos e mais ternura. Uma sede de aprender, compartilhar, ensinar e adormecer cansada e feliz com a produção do dia.
Tenho dois motivos bem especiais pra comemorar mais esse aniversário: a existência do Raul e da Anaterra. A presença, a proximidade, a relação com eles. Ambos na adolescência com suas incoerências, hormônios, descobertas e temores, mas esbanjando amores por mim, pela avó e até entre si. Como não brindar tamanho presente divino ? Nunca me dirigiram um grito, nunca me ofenderam. Mantemos uma relação saudável de discussão sem agressão; de limites e alguns gritos, mas prazerosa e com cumplicidade explicitada no amor verdadeiro e incondicional. Comemoro, além deles, a presença pequena da mulher gigante que é a minha mãe. Saudável e próxima de mim como nunca estivera antes.
Sinto-me revivendo, permitindo emoções adormecidas, sonhos que castrei, planos que abortei. O coração que de novo acelera e já não teme, reencontra-se em frases nem sempre completamente compreensíveis, em situações nem sempre as mais favoráveis, mas a certeza de que já não posso fugir, me alegra e me desprotege. Um hola me ressuscita e me mostra de novo a vida com seus encantos, medos e desejos. Os dias já não passam lineares, são aguardados. O amanhecer tem novo sentido e os próximos meses se traduzem em planejar e se doar. Um encanto pautado nas palavras nem sempre ditas perpetuadas no interrompido destino que se reabre como uma janela e ao longe vislumbro um sol que a tudo ilumina e ressuscita a morte adiada.
Preparo-me para as comemorações que se anteciparam com a chegada do Rulton, da cunhada Socorro e do sobrinho Leonardo que vieram de Leme e passaram esses dias comigo inaugurando o clima festivo, a casa cheia. Mais tarde chegará a amiga-irmã Renata Menezes de Brasília. Virá me dar um abraço pessoalmente e em nome de uma amizade de décadas, compartilhar esse momento especial de retomada de um caminho que parecia interrompido para sempre. Na sexta-feira, dia do meu aniversário, virão ainda a outra amiga-irmã, a Sula Maciel, de São José dos Campos e trará consigo a tia Jorgete que veio de Belém para nos visitar. O Ruy, a outra cunhada, a Dóris e a sobrinha-afilhada Ana Júlia também devem vir e no domingo, se unirão aos amigos mais recentes como a Regina, Roberta, Liana e Paulo, de Ribeirão Preto e a Beth, “Seu” João e Gabriel que virão de São Carlos.
No ar o cheiro da maniva no fogo. Prenúncio de uma maniçoba adubada a caminho. Arroz paraense e pernil suíno no tucupi, uma suculenta salada e como sobremesa creme de cupuaçu com castanha-do-pará e bolo podre de farinha de tapioca. Um cardápio paraense para paraenses e paulistas que se aventurarem, mas, mais do que comer e beber, quero comemorar a vida, a esperança renovada, a crença no amanhã, a alegria de novamente me emocionar, o encantamento no que é tão antigo, mas ressurge novo, inteiro, intenso.
Brindar a existência de que, independente de quantos anos ainda viverei, hoje estou viva e por mim e por todos os que amo e me amam ser novamente feliz.
Tim-tim!