Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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quinta-feira, 24 de abril de 2008

O começo de tudo

Hoje eu fiz, na clínica de Campinas, o que tentei durante um bom tempo fazer em Belém: pelo menos iniciar os procedimentos que denotam que estou começando o tratamento. Percebi que ele incluiu muito mais do que faria no Ophir Loyola. Lá nunca haviam me falado em tomografia computadorizada como parte do planejamento e pela manhã fiquei novamente dentro daquele tubo com crises quase incontroláveis de claustrofobia. Duas jovens, que me pareceram médicas, monitoravam o exame e com muito profissionalismo me conduziram sem nenhum atropelo até o final.
Ufa ! comecei !
Se por um lado isso me tranqüiliza, por outro fiquei apreensiva quando me explicaram que ficarei aguardando por um telefonema que deverá acontecer dentro de cerca de sete dias, informando que a radio propriamente dita terá início. Isso significa que meus planos iniciais de 40, 45 dias deverão ser acrescidos de mais 10 dias. Um desafio que tento não pensar demais, não valorizar muito, mas que me perturba.
Preciso me concentrar em outros focos como esse contato com o mundo da clínica que me fez muito bem. Ratifiquei que acertei ao tomar a decisão de vir. Há pessoas sem cabelos, pálidas, com andar trêmulo ou mesmo de cadeiras de roda, mas há cordialidade no tratamento, há limpeza e bom atendimento. A espera é confortável. Consegue-se assistir televisão por completo, compreender o que está sendo dito na telinha. Bem diferente do aparelho que tentava entreter as pessoas no nosso hospital “referência” de Belém. Inaudível, interferência das máquinas, segundo alguns. Ao contrário de ajudar a passar o tempo, só nos deixava mais irritados por não compreender o que estava sendo veiculado.
Diferenças visíveis outras mais sutis, como um banheiro limpo, uma água à disposição e pessoas que ali estavam tentando minimizar a dor dos que já estão sofrendo muito só de se saberem portadores de câncer.
Preciso resolver ainda a questão de onde ficar durante tanto tempo. Não consigo encontrar uma hospedagem como queria, como inicialmente imaginara em Belém. O flat com quem negociava não respeitou o acordo e ofereceu-me outro preço. Quase o dobro ! Os outros similares não têm vaga e não gostaria de ir para um hotel tradicional, aqueles fechados, quarto e banheiro. Ficar 50, 60 dias enclausurada não me fará bem. Terei tempo de sobra para estudar, escrever, conversar com amigos pela Net e fazer isso em um minúsculo quarto de hotel não me agrada. Quero ter a oportunidade de fazer uma comidinha de vez em quando, ter uma geladeira para guardar minhas frutas, meu leite. A outra alternativa é alugar um kit-net por temporada. Oxalá consiga ! A Vera está sendo um amor de pessoa, mas o quarto que estou ocupando é de sua mãe e em maio ela virá para ocupá-lo.
Enquanto resolvo esses imprevistos, me inscrevo em um workshop que vai acontecer durante todo o sábado promovido pelo Sindicato dos Jornalistas sobre media training. Uma oportunidade rara de aprender e de ter uma noção comparativa dos cursos que tenho ministrado nessa área, atendendo convite de colegas como a Soraya e a Daniela.
A vida continua ...

4 comentários:

Cristiana disse...

Oi, Ruth! Sou Cristiana. Minha irmã teve câncer de mama em janeiro, foi operada e agora está fazendo químio. Estou escrevendo um blog sobre a nossa esperiência. Não tive ainda a oportunidade de ler seu blog direito e não entendi se vc fez uma mastectomia ou vai fazer. Antes da mastectomia o exame mais importante para minha irmã foi uma ressonância magnética de mamas, pois graças a ela o médico pôde ver que a lesão havia atingido o músculo peitoral maior. Sem esse exame a cirurgia da minha irmã teria sido completamente diferente, por isso vc está certíssima em buscar os melhores recursos para o seu tratamento. Abs, força!

webeatriz disse...

Rutinha , que bom saber que a família embrapa esté te dando a maior força por aí.
Li todinhos os teus post, em chamou a atenção aquele em que falas dos tipos de amigos. Eu posso não ter dado muita demonstração de afeto, mas meu carinho por vc. sempre foi "desse tantão" , desde aqueles dias de bancos da UFPa.
Bençãoe e beijos
VB

Unknown disse...

Amiga:
“Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre iinteira" (Cecília Meireles)
Como diz em seus versos, Cecília Meireles, temos que aprender a nos deixar cortar - podar as arestas do orgulho, da ambição, da vaidade, para ressurgir inteira, completa após a adversidade, no enfrentamento dos problemas e dos padecimentos de nossa existência física.A natureza nos ensina com sabedoria a não nos agastar ante os empecilhos da jornada. Após a tempestade surge a calmaria necessária à reconstrução do que foi destruído, do que poderá se refazer com suavidade, aos poucos, com equilíbrio e sem precipitação. Você já é uma vencedora! Saudades! Beijos no coração...

webeatriz disse...

Vamos espanar as teias de aranha deste blog!!! ;-)