Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

"É só um tratamento"

Desde que cheguei de Cuiabá tenho duas grandes preocupações que têm ocupado quase integralmente meus dias: concluir o trabalho que assumi com a FAZ de elaborar um Plano de Comunicação para a instituição e de acelerar os contatos com os médicos que cuidam de mim para que a cirurgia finalmente aconteça.
Comecei pela psicoterapeuta. A cabeça é tudo, todos afirmam, e o que a médica tem feito por mim é fundamental neste processo. Só recebi elogios. Disse que estou bem, produzindo muita endorfina, serotonina e tudo mais que meu corpo necessita neste momento e que estão me fortalecendo fisicamente. Deixei o consultório feliz.
Depois estive com o “médico-maestro”, o que me cuida mais por inteira, que me vê como um todo, que consegui com medicamentos, uma dieta rigorosa e muita paciência ao conversar e muita atenção em cada consulta, me reinventar. Fui parabenizada pela força de vontade, pelo cumprimento à risca de tudo o que ele me passou. Riu quando eu disse que eu fui tão obediente que, para evitar quaisquer tipos de medicamentos que pudessem interferir no fígado, fizera uma restauração em um dente, para ser mais precisa no colo do dente, sem anestesia. Nem o dentista acreditou no início: aquela maquininha e seu irritante barulho furando meu dente, abrindo mais a pequena cárie e eu agüentando firme. Consegui !!
Hoje foi a vez do cirurgião. O mastologista-oncologista que vai me operar junto com o cirurgião plástico e um monte de gente (os que farão os exames patológicos por congelamento, anestesista, mais uma que marca os lifonodos, assistente... Nem sei quantos ao final estarão lá na sala comigo). Sempre achei que os cirurgiões, pela sua própria especialidade, são pessoas mais frias, menos sensíveis que outros médicos de outras áreas e hoje confirmei o que há muito detectara. A forma natural de me dizer que serão retirados dois lifonodos (glândulas que ficam nas axilas e braços) como precaução se não houver comprometimento, mas se houver serão retirados todos, o que significa, explicou-me naturalmente, nunca mais tirar cutícula das unhas, tomar um injeção ou mesmo receber uma picada de um inseto.Sem falar que não poderei carregar mais peso com esse braço. Ou seja, terei um braço aparente, de brinquedo, fantasia. Continuando, falou das quimios, que só serão decididas depois que o material for retirado. Mais naturalidade ao assegurar todas fazem o cabelo cair. E para finalizar a notícia mais apavorante: tenho que fazer outra mamografia e outra ultrassom para ele ter certeza de que durante esses três meses não surgiram outros nódulos. “Se apareceram outros, retiraremos logo”. Simples, né ?
Aiii meu Deus !! sei que são procedimentos normais, corriqueiros, que meu caso não é tão preocupante como grande parte o são. Sei que as minhas chances de cura são muito grandes, mas assim mesmo não consigo relaxar, não parar de pensar, de não sentir medo.
Tento tirar da cabeça o pessimismo, não pensar no pior usando a frase de um grande amigo que quando me vê abatida ou muito triste repete: É SÓ UM TRATAMENTO.
Vou rezar mais ainda para que seja mesmo.

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