Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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terça-feira, 25 de dezembro de 2007

O Natal na periferia

Mesmo não sendo a Regina Casé, hoje deu pra sentir o gosto do Natal que reúne pessoas que querem mais do que presentes. Se satisfazem com atenção, demonstração de afeto e se tudo isso vier embalado em uma roupa vermelha, com um sorriso de velhinho estampado no rosto, melhor ainda. Os carrinhos, bonecas e bolas são simbólicos. O abraço daquele ser que encanta adultos e crianças é mais relevante, mais emocionante.
Um grupo pequeno de pessoas anônimas há alguns durante todo o ano compra brinquedos que são distribuídos entre os que vivem nas áreas mais pobres do bairro da Terra Firme. Este ano o Manoel foi convidado a ser o Papai Noel. Visível a sua emoção. Há alguns meses não tirava a barba para que de fato sentisse o gosto mais real da fantasia.
A Anaterra a ajudante fiel, participativa. Sempre disposta, prestativa, decidida, distribuia brinquedos : meninos aqui nesta fila... meninas ali, naquela.
No rosto de cada pequenino a certeza de que não fora esquecido.
Este Natal, como já imaginara, está sendo diferente. Emoções muito fortes. Passado e futuro que estão perturbando o presente.
Antes a família reunida. Almoço farto e barulhento. Troca de presentes simples, a emblemática lembrança.
As lágrimas têm caído escondidas. Tenho chorado demais. O motivo ? Ah.... são motivos... muitos motivos... Alguns bobos, outros futuristas. A sensibilidade está à flor da pele e não dá pra segurar que o coração se aperte e os sonhos e medos se misturem; que o ir-e-vir se alterne; que morrer esteja tão próximo do viver intensamente.
É Natal e a natureza aqui parece saber disso. Chove lá fora. O dia fica mais triste, mais preguiçoso como se recomendasse a reflexão, a introspecção, o silêncio absoluto para que os pensamentos voem mais longe e tragam boníssimas lembranças e aterrorizantes perspectivas.
É Natal, mas nem ouço o sino de Belém.

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