Quem sou eu

Belém/Ribeirão Preto, Brazil
Amazônida jornalista, belemense papa-xibé. Mãe, filha, amiga... Que escreve sobre tudo e todos há décadas. Com lid ou sem lid e que insiste em aprender mais e mais... infinitamente... Até a morte

Aos que me visitam

Sintam-se em casa. Sentem no sofá, no chão ou nessa cadeira aí. Ouçam a música que quiser, comam o que tiver e bebam o que puderem.
Entrem...
Isso aqui está se transformando em um pedaço de mim que divido com cada um de vocês.
Antes de sair me dê um abraço, um afago e me permita um beijo.

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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Começou o Círio !!

Só os que já viveram a festa do Círio de Nazaré sabem de fato o que ele significa. As palavras são insuficientes para traduzir o que ele representa para Belém e seus moradores. É mais do que uma homenagem à Nossa Senhora de Nazaré. É emoção pura ! E se há alguns décadas ele se concentrava na Trasladação que acontece na véspera e na procissão maior no segundo domingo de outubro, hoje a cidade ferve pelo menos uma semana antes.
São os romeiros chegando. Muitos de barco (receberemos amigos que virão de Cametá), outros de ônibus, avião (há avião fretado vindo dos EUA) e até a pé (como um grupo que tradicionalmente percorre os 80 km que separam Belém de Castanhal).
Nas ruas do centro os camelôs se atropelam (e nos atropelam) vendendo camisetas com motivos da festa, fitinhas e objetos de cera que serão entregues a Ela em agradecimento a uma graça alcançada. São casas, barcos, carros e muitas, muitas partes do corpo humano. Eu entregarei um seio de cera que já está comprado.
A cidade fica diferente. Há exposições de brinquedos de miriti, uma tradição que marca a infância de todos nós; outra dos mantos da Santa; de fotografias, shows com artistas da terra ou de fora que aproveitam para engrossar o rio de gente que toma conta de Belém. O trânsito fica mais caótico ainda, mas poucos reclamam. É o Círio !!
Nas feiras livres ou no Ver-O-Peso muita maniva moída na hora à disposição. Jambu, tucupi e os patos (quase todos vindos do Maranhão).
Somos outro povo neste momento...
E hoje, especialmente para mim, ele começou. Há alguns anos a Embrapa de Belém realiza seu pequeno Círio. Uma missa e a rápida procissão que percorre as ruas do centro de pesquisa, marcam a fé dos católicos da Empresa. Estive lá junto com o Manoel (um dos organizadores), mamãe, Raul e Anaterra. Recebi o carinho explícito ou silencioso de muitos colegas, diversos amigos. Abraços, palavras para dizer que estão torcendo por mim. Uma imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, presente da Lucilda, para aumentar meu pequeno altar e ajudar na proteção.
Já perdemos muitos colegas acometidos por essa doença. Lembro agora da Nazaré (a revisora que me substituiu no cargo), o Luiz e mais recentemente a Socorro Kato. Mas também há muitos (e felizmente em número bem maior),de vitoriosos. Tiveram câncer e hoje estão melhor do que antes.
A missa foi bonita, emocionante. Na verdade eu ando sempre emocionada, sensível demais e não deu para segurar as lágrimas quando ouvi a música "Nossa Senhora" e em especial "cuida do meu destino. Cuida de mim".
Sei que Ela cuidará de mim. Seu manto, um de seus grandes símbolos, me cobrirá e me protegerá. Permitindo que tudo seja tranqüilo e exitoso.
E a festa do Círio está só começando....

2 comentários:

Anônimo disse...

Minha querida:
Passei quase duas semanas no Rio, na Bienal do Livro, e só agora, depois de sua resposta no orkut e uma breve zolhada aqui no blog, pude ter a dimensão de seu drama, ainda que numa dimensão que jamais corresponderá à realidade por você sentida depois da notícia que por si só desencadeia uma avalanche de sentimentos.
Estou naquela correria de sempre, intensificada por esses dias cirianos. Queria tanto lhe falar, de tantos temores que também já enfrentei, perdas que me machucaram.
Por ora, e como se fosse apenas assim um "melhoral", deixe-me tomá-la nos braços, abraçá-la demoradamente, forte e carinhosamente, com lágrimas nos olhos, mas uma danada paz dizendo, nesse abraço, que o próprio enfrentamento lhe dará a coragem e a disposição necessárias para o curso dos acontecimentos que agora você terá de navegar. Balança, joga, como aquela travessia de Algodoal, mas você verá que sempre haverá, do outro lado, aquele momento mágico quando tornamos a pisar a bem-vinda e coruscante areia sob nossos pés, o vento dançando nos cabelos.
E agora chega desse papo assim assim.
Um abraço, minha amiga, abraço terno e forte. Fundo e largo. Não preciso dizer que estou aqui, ao seu lado, para o que der e vier.
Beijos,
Elias

Soraya Pereira disse...

Ruth querida
Não tem pessoa mais apaixonada pela sua terra que você!!!!

O Encontro de Comunicação, em Brasília, não vai ser a mesma coisa sem a sua presença, seu cheiro e seu espírito generoso.

Ai que saudade do cê!
Soraya